domingo, 27 de novembro de 2011

Inseparable - Parte 1 de 2

** Você já deve ter visto muitas fics com esse nome, porém, eu estava sem ideia para nomes, mas essa história é especial, eu criei nas férias e demorou um bom tempo pra ser feita, tentei dar o meu melhor. Espero que gostem.**


“Os Jonas Brothers? São três idiotas, ridículos. Deus me livre!” – eu ouvia eu mesma na TV, em uma entrevista para o programa mais visto de Hollywood. Era o que eu realmente sentia, então não me importei com a enxurrada de críticas e xingamentos de fãs histéricas tão ridículas quanto eles que vieram logo depois.
Meu nome é Amy Janes e, modéstia a parte, não, sem nenhuma modéstia mesmo, eu era a melhor atriz e cantora do mundo. Já havia ganhado centenas de prêmios musicais e, dos vários filmes que já havia participado, quase todos ganharam o Oscar, graças a minha belíssima atuação. Ah, e esqueci de dizer que consegui tudo isso com apenas vinte e um anos.
Uma certa noite, lá estava eu ganhando mais um prêmio. O mesmo, que fazia cinco anos que eu era a única vencedora. Ao final da premiação, estava posando para meus fotógrafos, quando um garoto, um pouco menor que eu, veio falar comigo:
- Hey, Amy! – ele disse, feliz.
- Hey... quem é você? – respondi sarcasticamente empolgada.
- Não sei, talvez o Nick Jonas... eu que te entreguei o prêmio.
- Hum... olá – eu nem olhava para a cara dele.
- Nossa, você podia ser um pouco mais atenciosa, não?
- Você ainda está falando comigo?
- Pare de ser assim, sua arrogante!
- Ai, vai embora! Você vai chorar? Contar pra sua mamãe?
- Por que você é assim?
- Porque eu sou melhor do que você e posso responder do jeito que eu quiser!!! – As nossas vozes estavam um pouco altas demais nesse momento e todos os fotógrafos e outros artistas nos fitavam em silêncio e perplexos. Nick e eu saímos, um para cada lado, emburrados, enquanto mil fotos eram tiradas de nossa briguinha.
Fui à festa da premiação e não notei a presença daquele garoto que havia cansado minha beleza.
Dancei, bebi e me diverti muito lá. Nem me lembrava mais do ocorrido, mas ao chegar em casa, lá pelas quatro da manhã, eu acho, meus pais e meu empresário me esperavam na sala para uma maldita série de questionamentos.
Começaram a perguntar por que eu havia sido tão arrogante com o garoto e por que eu sou sempre assim com todos. Me disseram coisas horríveis que alguns sites já haviam publicado sobre mim. Por dentro eu estava arrasada, mas tudo que eu disse foi: - Tá bom, tudo bem. Parabéns, vocês estão certos, como sempre! Eu estou cansada, com dor de cabeça e tontura, vocês podem me dizer logo o que querem? – Então meu empresário tomou a palavra:
- Hoje a tarde é o programa da Lenny Lee. Quero que você vá lá e peça desculpas, ao vivo e por telefone, para o Nick Jonas.
- Eu não vou fazer isso.
- Você deve.
- É? E no que vai ajudar tudo isso?
- As pessoas vão te ver melhor depois disso.
- Mas eu não quero parecer melhor para ninguém.
- VOCÊ VAI PEDIR DESCULPAS A ELE!!! – O grito dele foi alto e assustador. Lágrimas começaram a sair de meus olhos e eu corri para meu quarto.
Deitei na minha cama e chorei por duas horas seguidas. Tentei dormir, mas o sol já estava nascendo e eu não consegui. Minha cabeça doía, talvez houvesse bebido demais. Eram nove horas quando tive uma brilhante ideia.
Cancelei todos os programas e eventos programados para os próximos dias e meses, entrei num site de viagens, pesquisei alguns lugares e acabei comprando, com nome e documentação de uma amiga que me apoiou e prometeu extremo segredo, uma passagem para o Brasil, mais especificadamente uma pequena cidade litorânea desconhecida na Bahia: Praia do Forte.
Era o plano perfeito! Iria fugir e descansar daquela vida por um tempo e ninguém iria desconfiar que eu estivesse naquela cidade.
Apaguei todos os indícios de onde eu poderia ter ido do meu computador, tomei um banho, arrumei uma malinha com pouquíssimas coisas e, quando meus pais estavam distraídos, saí disfarçada de casa.
Graças a Deus nenhum fotógrafo ou repórter viu que eu estava saindo e ninguém me reconheceu nem as pessoas do aeroporto, nem os passageiros.
O voo foi tranquilo e durante ele pensei em como eu definitivamente estava fazendo a coisa certa: Eu trabalhava em filmes e cantando desde os cinco anos e havia perdido minha infância e adolescência e ganhado muito stress devido a isso. Portanto essa era a oportunidade perfeita para aproveitar a minha vida, pois eu realmente precisava.
Cheguei ao aeroporto e peguei um táxi até a cidadezinha. Me instalei no hotel, na verdade, pousada, e como ainda era de dia, peguei um lápis, uma borracha e meu caderno de desenho, sentei num banco ao lado da piscina e comecei a desenhar. Eu adorava desenhar, era meu hobby preferido. Quando eu tinha tempo, o que era quase impossível, mas agora não mais.
Desenhei uma coisa que eu não sabia ao certo o que era, com traços fortes e bem marcados, como se eu estivesse querendo extravasar minha raiva no papel. No fim, ficou muito bonito.
Já estava anoitecendo e eu senti fome, então guardei o desenho e fui procurar alguma coisa pra jantar. Um lanche ou pizza, talvez. Aproveitei e levei o caderno, caso me sentisse inspirada.
Eu andava com uma peruca para ninguém me reconhecer, de óculos diferentes e cabeça baixa. Mesmo de cabeça baixa eu conseguia ver por onde eu ia, mas parecia que as outras pessoas não me viam, porque trombavam comigo.
Foi então que tudo aconteceu como num daqueles filmes românticos: um menino trombou comigo, e meu caderno caiu no chão. Eu só fui perceber o quão romântico foi aquilo muito depois, porque na hora eu queria mesmo era estrangular o garoto que derrubou meu caderno na poça de água. Abaixei para pegar e ele me ajudou. Quando eu levantei os olhos para vê-lo, pasmem, era ele, Nick Jonas, com os cabelos despenteados, óculos escuros (de noite, é) e uma camiseta regata que deixava aparecer seus braços.
Ele me olhou espantado e vi que ele estava quase me reconhecendo. Eu não podia dizer “oi”, porque se eu falasse em inglês era mais uma prova de que eu pudesse ser eu mesma. Como se fala “oi” em português, mesmo?
De repente a ficha dele caiu totalmente:
- Amy Janes, é você? – eu não sabia o que responder, então tentei desviar e sai correndo. Ele me seguiu e, pelo braço, me virou e pôde ver melhor:
- Hey! Eu sei que é você, pare de fingir!
- O quê? – respondi em inglês.
- É você sim! Sua peruca tá bem mal colocada...
- Tá, você descobriu, mas não fala nada pra ninguém, por favor.
- O que você tá fazendo aqui?
- A pergunta é o que você está fazendo aqui.
- Eu perguntei primeiro, mas tudo bem. Estou aqui pra descansar. E você?
- A mesma coisa, pra descansar de tudo lá... – meu olhar era triste.
- Quer sentar aqui nessa pizzaria pra conversar sobre isso?
- Hum.... – eu hesitei.
- Vamos, eu não mordo.
- Então pode ser...
Estramos no restaurante e pedimos duas bebidas. Lá, expliquei todo o porquê de estar ali e o tanto que eu precisava estar ali. Ele me entendia como ninguém e desabafou também, dizendo que já estivera várias vezes naquela cidade, mas que seus pais não sabiam. Eu disse que os meus também não faziam ideia de onde estava, e que se soubessem não fazia ideia do que fariam. Enquanto falávamos percebi que nem ele, nem eu, estávamos preocupados com o ocorrido no dia da premiação, apenas a mídia, que queria ganhar com isso.
Já era tarde quando paramos de falar. Só havia nós e garçonete lá e nem tínhamos bebido nossas bebidas ainda. Tomamos tudo em poucos goles e a mulher nos expulsou de lá.
Nos despedimos e eu segui para minha pousada. Ele foi para o mesmo lugar. Comentei:
- Não acredito que está no mesmo hotel.
- Ei, você que me copiou! Eu sempre fico aqui. – Revirei os olhos e fui até meu quarto. O dele era ao lado.
- Não é possível. – ele disse.
- É, né! Era para eu descansar, não ficar perto de você as férias inteiras. – falei em tom de brincadeira.
- Há. Há. Boa noite.
- Boa noite.
Dormi muito bem e... sonhei com ele. Não, eu não queria me apaixonar, eu não podia.
No dia seguinte, de manhã, estava muito calor, mas eu não tinha sequer uma bermuda, shorts ou vestido pra usar. Que tipo de gente (eu) vai pra praia e não leva um short? A única opção era minha velha e adorada calça jeans e uma blusa roxa calorenta. Ao me ver no café da manhã, Nick, que estava de short e blusa verde, me perguntou, antes ainda do “bom dia”:
- Você não está com calor não?
- Aham, muito.
- Você não trouxe vestido ou short?
- Não...
- Você vem pra praia e só traz calça jeans? Sua esperta!
- Nossa! Tá bom, então... – fiz um careta pra ele – eu estava muito mal quando arrumei as malas. – Ele balançou a cabeça como “pois é”, e eu disse:
- Você me ajuda a escolher umas roupas novas depois?
- Nossa, que programão, hein?
- Ah, por favor... eu quero estar de acordo com o lugar.
- E bem bonita né? – Ele piscou.
- Aham, sei... sim, claro. Vai que eu encontro um brasileiro gato pra passar as férias comigo, não é?
- Hum, ok, boa sorte – Ele disse sarcasticamente e eu ri.
Depois de comer, eu e ele fomos ver as vitrines de várias lojinhas. Eu fiquei fascinada por um vestido de uma das lojas e entrei para procura-lo. Junto daquele, peguei mais umas trinta peças e fui experimentar todas.
Nick e as vendedoras, como jurados, davam suas opiniões sobre os vestidos e saias. Ele gostou especialmente de um branco com alça de pedras coloridas, o que mais gostei também. O último que experimentei foi um mais ousado, bem curto e com um decote, azul marinho. A hora que me viu, ouvi Nick dizer baixinho: Uau! Ignorando isso, perguntei com um sorriso o que ele achou, ele respondeu:
- Que você não precisa levar esse. – Ao ouvir isso, as vendedoras, que “gostavam” de todos os modelos, ficaram pasmas: - Por que? – perguntavam num inglês ruinzinho – Ela está tão linda!
- Sim – pigarreou – até demais. O problema é esse.
- Own!!! – Foi um corinho, e eu estava junto – Está com ciúmes dela? – disse uma das moças – Que bonitinho!
- Parem! Não estou com ciúmes, só quero que ela volte para os EUA e o namorado dela a salvo.
- Que namorado? Ah, o Dave? Não, eu e ele já terminamos faz tempo, querido. – eu me admirava no espelho. Estava até bonita, apesar das olheiras devido ao sono que ainda estava atrasado. Ele se surpreendeu e abriu um sorrisinho:
- Sério? É que eu vi vocês abraçados na premiação, então...
- É porque a imprensa acha que estamos juntos ainda, é tudo um golpe de marketing, por causa do filme.
- Achava que você não precisava dessas coisas...
- Eu não preciso, mas ele sim.
- Entendi... então, nesse caso... – ele piscou – você pode levar esse!
- Aham, sei... melhor não. Quero voltar para os EUA... a salvo. – Sorri e todos riram.
Ele se ofereceu de pagar, mas eu recusei, ele insistiu e insistiu e no fim dividimos a conta. Já sai de lá com um dos vestidos novos, um amarelo, e fomos almoçar perto da praia. Estava muito calor.
Tomamos sorvete e fomos caminhar pela orla um pouco. Era interessante ficar ao lado dele, pois nossa conversa fluía perfeitamente bem e nos relacionávamos como se já nos conhecêssemos há tempos.
Corremos pela praia, nadamos e tomamos água de coco. Ele era divertido e ríamos um do outro o tempo todo. No fim da tarde fomos embora e ventava um pouco. Ele emprestou a camiseta dele para que eu não sentisse frio, não resolveu muito, mas foi muito fofo. Compramos lanches e fizemos um pic nic perto da piscina do hotel, com cobertores nos cobrindo.
Fui dormir pensando em tudo de maravilhoso que eu deixei acontecer e tive certeza: havia me apaixonado por aquele menino que, mesmo sendo dois anos mais novo, me mostrou a alegria e o amor. Uma alegria vinda das coisas simples, como um passeio na praia ou um sorvete num dia de calor. Percebi que em pouquíssimo tempo ao seu lado (apenas dois dias), eu já estava profundamente apaixonada. Foi um sentimento diferente, uma paixão tão sincera, tão simples, que eu não consegui me impedir de senti-la.
Foram dias ótimos que passamos juntos, voltei a desenhar com mais frequência, e minhas obras ficavam bonitas. Na segunda semana, numa sexta feira, ao acordar, vi um bilhetinho passado por debaixo da porta do meu quarto. Ele dizia, com uma letra rabiscada:
“Jantar especial hoje à noite! Me encontre às 19h na beira da piscina.”
Não o vi o dia todo e fiquei imaginando o que ele estaria aprontando.
Chegou 18h e eu comecei a me arrumar: escolhi o vestido que ele e eu mais havíamos gostado, o branco com pedras e uma pulseira combinando. Passei uma maquiagem leve e fiz um penteado bem bonito, com o cabelo solto e uma trança puxada de lado. Calcei uma rasteirinha e fui encontra-lo.
Lá estava ele, lindo, com uma camisa xadrez vermelha aberta com uma branca por baixo, bermudas e... um carrinho de golfe. Antes de eu perguntar qualquer coisa, ele saiu do carrinho e me guiou até a poltrona do mini veículo, na qual eu me sentei e ele saiu em disparada até chegarmos à praia. Me surpreendi ao ver que ele não parou, mas sim seguiu adiante, entrando no meio da mata. Confesso que fiquei com medo, até que ele parou num lugar escuro, onde eu só podia ver nossos vultos, iluminados pela lua. Também pude ouvir o som de água, como uma cachoeira. Assustada, perguntei:
- O que é isso, Nicholas?
- Espere e verá.. 1... 2... 3... agora!
Após aquelas palavras, pequenas luzes começaram a se acender dentro de um lago e eu escutava uma música que Nick tocava em seu violão, de acordo com ritmo daquelas luzes, coloridas. Era uma das músicas dos Jonas Brothers, Inseparable, com uma letra maravilhosa.
Tons de rosa, laranja e amarelo saiam de dentro das águas e iluminavam uma cachoeira, enquanto eu era envolvida pelo som vindo do violão. Era lindo.
Ao final da música tudo se acendeu e eu finalmente pude ver, com nitidez, uma linda mesa de jantar montada perto daquela cachoeira e também uma fogueira, tudo decorado com flores coloridas.
Olhei para Nick totalmente sem palavras e com os olhos começando a lacrimejar. Ele abriu um sorriso e se aproximou de mim e, segurando as minhas mãos, geladas, me beijou. Nosso primeiro beijo. Calmo e longo. Minhas mãos foram se aquecendo e o meu corpo também. Quando terminamos, ficamos abraçados e ele sussurrou:
- É tudo para você, linda. Essa noite tem que ser inesquecível, para nós dois.
Eu só conseguia sorrir e agradecê-lo. Eu estava mal acreditando. Ninguém nunca havia feito alguma coisa especial daquele tipo para mim.
Jantamos camarão. Estava delicioso. Incrivelmente, tudo era do que eu mais gostava: as cores, as flores, a comida, a roupa dele, a cachoeira... ao perceber isso perguntei como ele sabia de tudo aquilo. A resposta foi bem convincente:
- Bom, algumas coisas você me disse e outras, confesso, li numa daquelas revistas de garotas, que falava sobre você.
- Que fofo! – eu sorria.
Depois da sobremesa, ficamos conversando. Ele contou algumas piadas e eu também, daquelas mais podres, porém as mais engraçadas. Uma hora ele ficou sério e perguntou rápido e embaralhando as palavras, como se estivesse desabafando uma pergunta que o prendia há tempos:
- Você acha mesmo? Eu e meus irmãos idiotas? Como você disse aquele dia na televisão?
Fiquei sem saber o que responder, porque sim, eu achava quando disse, mas havia mudado drasticamente minha opinião. Eu sabia que havia sido extremamente ridícula ao julgá-los sem conhecê-los. Sabia que estava errada, mas meu orgulho não me deixou ceder:
- Ah... hum... É que...
Finalmente meu ego me libertou e comecei a chorar:
- Não, Nick, não! Eu fui muito tola de algum dia ter pensado e dito isso. Você é uma pessoa maravilhosa, assim como seus irmãos devem ser. Eu sei que errei, já fui má demais com várias pessoas que não mereciam, porque eu fazia com outros o que faziam comigo, mas quero reverter isso. Eu soluçava. Ele saiu de sua cadeira, sentou ao meu lado e me abraçou muito forte. Sussurrou:
- Desculpa por ter perguntado, não queria te ver chorar...
- Não, tudo bem... mas você me perdoa?
- Claro, linda, todos tem o direito de errar. E eu preciso confessar uma coisa a você também... já falei mal de você também.
- O que? Pra quem?
- Só para os meus irmãos. Eu dizia que você muito bonita e talentosa, mas muito grosseira, metida e fresca, mas mudei de ideia ao te conhecer melhor também. Me desculpa?
- Nossa, eu passava uma péssima imagem, hein... mas é claro que te desculpo. Eu te amo , viu? Mesmo te conhecendo há pouco tempo.
- Ei, eu que ia dizer isso. Eu te amo muito mais. E você tá bonitona hein, com esse vestido... quem será que escolheu pra você?
- Meu melhor amigo do mundo! – Ele sorriu e foi até o vasinho de flores da mesa e debaixo dele, tirou dois pingentes de coração. Disse:
- Que tal “meu melhor namorado do mundo”? – O beijei com carinho e disse vários “sim”. Ele colocou um no meu colar e um do lado da ‘dogtag’ dele.
- “Meu namorado”. Hum... me soa bem.
- Sim, e combina com “minha namorada”.
Sentamos em volta da fogueira e ele tocou várias músicas no violão. Deitamos no chão, eu nos braços dele. E dormimos lá mesmo.

**continua**

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