segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Inseparable - Parte 2 de 2

**continuação** :


Havia se passado um mês que eu estava por lá, um mês mágico. Durante esse tempo eu não entrei no computador nem assisti televisão, mas pude deduzir que metade do mundo estava preocupado, pois eu e o Nick havíamos sumido do nada. Não sentia a falta da minha vida lá e, sinceramente, nem da minha família, então nem liguei para eles para dar notícias. Pode até ter sido egoísta da minha parte, mas era necessário, ainda, pra mim.
Acordei uma manhã e fui ver um pouco de TV pra ver se falavam sobre mim. Não disseram nada. Nick me chamou pra ir nadar no mar, pois estava muito calor. Nadamos bastante e depois ficamos sentados debaixo do guarda-sol tomando guaraná, de mãos dadas.
De repente ouvimos muitos gritos, lá, onde geralmente era um silêncio completo, e uma pequena multidão vindo até a nós. Quando se aproximaram mais pudemos ver: Eram centenas de fotógrafos, repórteres e fãs vindo em nossa direção. Nos entreolhamos apavorados e abaixei a cabeça, começando a chorar. Um helicóptero chegou e nós fomos obrigados a subir nele. Jack e Michael, nossos empresários, estavam lá dentro. Estava com muita vergonha e medo, e logo começou a gritaria:
- O que vocês acham que estavam fazendo? Por que preocupar o mundo todo? Todos pensam que vocês estão brigados e vocês aparecem aí, juntinhos? Falaram que vocês morreram! – disse Michael.
- Quê? Povo doido! – Nick estranhou;
- É, Nick! Isso mesmo!
- Mas, sabe... até que não foi tão ruim vocês terem desaparecido, foi um belo golpe pra atrair a mídia. Esperto! Parabéns. – disse Jack, aquele que basicamente comandava a minha vida.
- Nós não fugimos pra atrair mídia nenhuma! Estamos cansados de tudo o que vocês fazem com a gente! Olha o estado dela! – Disse Nick, apontando pra mim, que estava chorando e tremendo.
- Para de chorar, Amy! Você ainda tem que se explicar pro seus pais. Eles querem matar vocês dois!
Nick me abraçou e sussurrou: - Respira, querida, vai ficar tudo bem. – Mas eu pude ver lágrimas nos seus olhos ao dizer isso.
Jack e Michael nos entregaram algumas roupas, porque estávamos com roupa de banho. Chegamos ao aeroporto, que nos levou num longo voo num jatinho para os EUA.
Chegando lá, fomos de carro até nossas casas, seguidos por fotógrafos e repórteres do mundo todo. A minha expectativa era chegar em casa e ver meus pais de braços abertos e fazer mil perguntas, mas felizes por me ver, mas a realidade foi muito diferente.
Eles me esperavam sentados na sala com feições sérias e assustadoras. Começaram a gritar comigo, dizendo coisas horríveis. Levantaram-se e me empurraram no sofá, continuando o jorrar de palavras dolorosas. Eu não reagia, estava fraca demais para isso. Meu pai me chacoalhou pelos braços com força gritando: - RESPONDA! – E me deu um tapa.
- Eu não sou mais uma criança, pai.
- Ah, agora se acha muito madura, é!? Foge sozinha pra outro país sem falar nada pra ninguém e se acha madura!? Você é louca!
- Eu não sou louca, pai... – eu ainda chorava – deixa eu me explicar!
- Fala, menina!!! – gritou minha mãe.
- Vocês não sabem o tanto que eu sofria aqui! A minha decisão de fugir e viajar foi a única solução que eu vi pro meu desespero! Sabe essas cicatrizes? – lhes mostrava meu braço – são de várias noites em que eu chorava, e essa é do dia com a briga com o Nick, quando eu definitivamente cansei de tudo! Ah... sabe o Nick? Ele é um garoto maravilhoso! É tudo que eu mais quero pra mim agora! – eles me olhavam atentos, mas ainda bufando de raiva – Eu já tenho vinte e um anos, se vocês sabem, e já posso tomar conta de mim mesma! E eu decido sair dessa casa e começar uma vida em outro lugar. Uma vida que eu nunca tive de verdade!
- Mas filha, nós sempre te demos tudo! Você não gosta de nós? – interviu minha mãe, que se esforçava para não chorar.
- Claro que eu gosto, vocês são meus pais, mas parece é que vocês não gostam de mim. Vocês me sugam desde muito pequena, nunca se importaram com meus sentimentos ou com meu bem-estar... eu chorava todos os dias, e vocês diziam que não era nada.
- Nos perdoe, filha, por favor! – minha mãe disse desesperada, sem conseguir conter mais o choro.
- Já perdoei, pode ter certeza que já! Mas agora eu só quero ser livre pra viver a vida que eu nunca vivi. Vocês entendem?
- Sim, entendemos. Mais uma vez: perdoe-nos pelo mal que te fizemos passar, espero que um dia possamos pagar por isso. Desejo a você toda a sorte do mundo nessa vida nova que você vai começar.
- Obrigada, pai, de coração. Abracei os dois e sai logo pro computador procurar uma casa pra morar. Estava num site quando Nick me ligou:
- O que você está fazendo, linda?
- Vendo uma nova casa pra morar...
- Quê? Já? Não! Espera! Me encontre às 19h na minha casa, a gente tem que tratar de uns assuntos.
- Nossa, são tão importantes assim?
- São! Não compre casa nenhuma, ok?
- Ok – respondi com risos – pode deixar!
Como ainda era 16h, resolvi começar a encaixotar algumas coisas. Eu queria sair daquela casa o mais rápido possível.
Faltava meia hora para o encontro e eu já havia encaixotado quase tudo. Meu corpo doía, pois estava muito cansada. Tanto física quanto psicologicamente. Meu cabelo estava bagunçado e minha maquiagem borrada. Lavei meu rosto e resolvi ir naturalmente. Estava sem vontade de me maquiar.
Ao sair de casa, centenas de pessoas me aguardavam , querendo saber o que acontecera no último mês. Respondi simplesmente:
- Calma, está tudo bem. Foram só umas férias secretas. Com licença, por favor. – Entrei no carro e dirigi até a casa do Nick com eles me perseguindo, mas eu não me importei.
Quando ele abriu a porta, fui recepcionada com latidos e lambidas carinhosas do Elvis. Eu ainda devia estar com o cheiro do Nick.
Nick me puxou pra dentro e fechou a porta rapidamente, evitando o máximo possível novas fotos. Ao ver que estava a salvo, suspirei:
- Ufa! Como eles me cansam!
- Você deve estar com saudade de tudo lá, né?
- Muita!
Nesse momento Joe apareceu e me cumprimentou com um abraço. Ele tinha a minha idade e olhos penetrantes, tão bonitos quanto o do irmão. Ele disse:
- Ei, vocês dois! Danadinhos! Fugiram pra ficarem juntinhos! Formam um lindo casal.
- Joe... vai embora! – disse Nick.
- Por quê? Eu não posso falar com a namorada do meu irmão mais novo? Ele falou muito bem de você pra mim, Amy!
- Joe, tchau! Vaza! Ninguém te quer aqui! – Ele estressou, e eu ria.
- Está bem, eu vou. Tchau, Amy! Tome cuidado com o Nick, ele pode ser perigoso...
- Hum..... – ele riu muito com isso e foi embora. Nick pareceu aliviado:
- Irmãos mais velhos... um saco! Você sabe como é, né...
- Na verdade não, sou filha única.
- Sorte sua!
- Às vezes eu penso que não... – Olhei para ele com carinho e nos aproximamos para nos beijar. Nesse momento, Kevin chegou, quebrando o clima:
- Olá, pombinhos!
- Tchau, Kevin! – Respondeu Nick.
- Calma, eu só quero cumprimenta-la. – ele desceu as escadas, pegou a minha mão e beijo-a:
- Olá, senhorita! Eu sou o Kevin.
- Olá, cavalheiro! Eu sou Amy, Amy Janes.
- Kevin, que cena toda é essa?
- Só estou querendo ser gentil com a dama, bro.
- Você tá é bancando o idiota.
- Eu sei – rimos – é só brincadeira. Eu não sou assim não, Amy.
- Ah.. hahaha ok.
- Tchau, Kevin! – disse Nick já perdendo a paciência.
- Ok, eu já vou! Tchau, Amy!
- Tchau, Kevin! – Eu o adorei, ele era engraçado. E lindo. Aliás, só tem pessoa bonita naquela família.
- Ufa, enfim sós. – Nick suspirou.
- Não sei, viu... falta ainda seus pais e o Frankie! E a sua tia, sua avó, tua família toda...
- Ah, sua engraçada. Não tem perigo de eles nos atrapalharem, eles foram na casa da minha tia e só vão voltar bem mais tarde. Vem conhecer a casa!
Ele me mostrou a casa toda (era imensa!) e terminamos o tour no quarto dele. Lindo, grande, bem decorado e muito organizado. Ele ofereceu que eu sentasse na cama, enquanto ele corria tentando arrumar algumas das poucas coisas fora do lugar.
- Não se preocupe, meu quarto é, digamos, mil vezes mais bagunçado que o seu. – eu disse.
- Ah, que bom. É porque eu não sou tão organizado assim, passei a tarde toda arrumando porque você vinha. Não abra os armários se não vai cair tudo em cima de você, e nem olhe debaixo da cama. – rimos e ele se sentou ao meu lado e me abraçou, dizendo:
- Então, fale, como foi a recepção dos seus pais?
- Uma coisa horrível... eles gritaram e xingaram. E os seus?
- Ah, na verdade eles entenderam.
- Jura? Como seus pais são bons. – não tínhamos mais assunto, então ficamos deitados acolhidos um bom tempo, até que eu me virei e comecei a beijá-lo. Senti o calor dos nossos corpos e tirei a jaqueta que usava. Nossos beijos começaram tímidos e suaves, mas logo fomos intensificando e concordamos que era a hora. Então, da melhor forma que uma primeira vez pode ser, tanto pra mim como pra ele, fizemos amor, maravilhosamente.
Certo tempo depois os pais dele chegaram e me chamaram para jantar. Estava tão bom. Os pais dele eram amáveis e carinhosos comigo. Frankie, no começo, teve ciúmes, mas logo já estava brincando com todos.
Acabamos de comer e a mãe dele disse que ia pegar as sobremesas. Todos se exaltaram, porém Nick se levantou e disse:
- Mãe, espere um pouco, por favor.
- O quê foi, filho?
- Quero dizer uma coisa.
- O quê? – disse o pai.
- É... é pra Amy – ele embaralhava as palavras de um jeito fofo que só ele sabe – eu sei, Amy, que pode parecer precipitado, ou inadequado, e você pode não querer isso agora, e que eu só tenho 19 anos, mas é o que eu estou sentindo que é o certo, e é uma opção que eu fiz com o coração, e...
- Desembucha, Nick! – disse Joe.
- Ok... ele tirou do bolso uma caixinha azul marinho e abriu:
- Amy, quer ser minha noiva?
Meu coração, que acelerava a cada palavra dele, pareceu explodir depois daquela pergunta. Meus olhos já começavam a ficar molhados e corri para abraça-lo e beijá-lo, com um amor tão profundo e intenso, que em tão pouco tempo foi adquirido, tão verdadeiro, que passei a acreditar em destino e o quanto ele pode ser maravilhoso.
No mês seguinte, já compramos um apartamento, numa cidade próxima a Los Angeles, para vivermos juntos.
Mudei de empresário e fui para um novo rumo na minha carreira, com novos estilos de músicas e filmes, que foram muito bem aceitos pelos fãs, que entenderam meu desaparecimento melhor do que ninguém e me apoiaram a cada momento. Meu novo estilo, mais maduro, atraiu até novos fãs, o que me fez sentir muito feliz.
Nick continuou um tempo com os Jonas Brothers, mas logo começou uma carreira solo, mais adulta também, que ganhou muito prestígio.
Ficamos noivos por dois anos, até Nick fazer 21 anos. Três meses depois de seu aniversário nos casamos. Adivinhem onde, na mesma cachoeira onde começamos a namorar, como não podia deixar de ser. Foi uma cerimônia básica, para a família, amigos e até alguns fãs sortudos. Muita gente que nos amava juntas, fez com que nosso casamento fosse inesquecível, para todos presentes.
Eu usei um vestido inspirado no branco com pedrinhas coloridas daquele dia, só que mais comprido, detalhado e bonito.
Dançamos muito a noite toda, cantamos e nos divertimos.
Passamos nossa lua-de-mel em Dubai, lugar que sonhávamos conhecer, e, ao voltar para os EUA, vendemos o apartamento e compramos uma grande casa, pois queríamos construir uma família grande e bonita.
Dois anos depois, parei de cantar e atuar, pois engravidei de Alison. Foi uma bagunça, pois nunca havia cuidado de uma criança, porém nosso amor e paciência com ela foram imensos, ela era encantadora. Ela tinha três anos e ainda dava trabalho quando a pequena Marie nasceu. Uma garota linda e sempre comportada, que adorava pegar minhas maquiagens e se melecar toda. Alison tinha cinco e Marie dois anos quando nasceram, de uma única vez, Peter e Matthew, nossos barulhentos idênticos.
E assim eles foram crescendo e a família também, porque eles se casaram e então vocês vieram ao mundo. Fim.
- Awn!!!!!!! – suspirou o grupo de meninas.
- Que história legal, vovó! – disse Louis.
- É! Você e o vovô formam um casal muito apaixonado – disse o mais velho, Zac.
- Ele nunca deixou de te amar, vó? – perguntou Billy.
- Não.
- Mas... quer dizer, vocês brigam, não é? – ele insistiu.
- Claro, todo casal briga, mas somos maiores que os nossos problemas.
- Então tá, vamos dormir agora, crianças – disse Nick – está tarde!
Todos concordaram e nos deram beijos de boa noite. Eram, ao todo, oito netos, que sempre ficavam conosco, se divertindo na nossa casa.
Quando todos saíram, Nick sentou ao meu lado no sofá e ficamos aninhados, como sempre fazíamos. Estamos velhos, mas com muita energia e alegria de viver, que são cultivados pelo nosso amor. Ele me beija. É meia noite, e eu continuo com a certeza de que nosso amor é para sempre. Fim.

Um comentário:

  1. aaawn que fofinhos *-* vovôs apaixonados são tão fofos! uehuehuehuheu

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